
Todo gordo q se preze já foi insultado anonimamente. Seja na rua do cabrunco do ônibus, até de gente blasee em cinema fresco em Botafogo.
Lembro das vezes q tentei caminhar pela manhã nas fases ultra obesas. Me preparava, levantava pouco antes das 5h da manhã e saia pra dar uma volta no Maraca, caminhando com 10 minutinhos vinham o suor e a bufação, sempre tinha uma maldita Kombi q puxava o bordão comum: Ae Gordão! Depois disso a vontade baqueava, mas a gente prosseguia. O dia ia clareando e as coisas aumentavam: ANDA GORDO!, TÁ FININHO HEIN BOLÃO!, TÁ ADIANTANDO NADA NÃO, CHUPETA DE BALEIA! Já voltando pra casa, morto de cansado, a dúvida do sucesso se transformava em certeza do fracasso. Tomava um banho, pegava o carro e ia fazer compras no supermercado aqui ao lado de casa, coca-cola, sorvete, carne, pães, queijo, farinha e arroz. E em tres garfadas iam embora o esforço do dia.
No dia seguinte, dores no corpo e medo das ofensas, aí era ficar em casa mesmo comendo.
Fim de semana, rolava aquela vontade de ver um filme, sim pq ver filme é no cinema, no início mesmo pesadão ate arriscava um cineminha zona sul comum, mas ai vc começa a rasgar os bolsos laterais, sim calça de gordo só tem bolso faca. Aqueles q insistem em entrar no braço da cadeira, lógico q rasgando.
Gordo entregue tem roupa de sair e calça de moletom pra trabalhar. A calça de moletom é símbolo de entrega a escala sobre humana. Dureza. Vc entra numa fase em q 5Kg não valem quase nada. Engordar 5Kg, normal. Evaporá-los? Como? Pra q? E assim o ciclo vai crescendo.
Em breve, cinema só os da barra, multiplex cadeirão, sessões pouco concorridas e dali o abandono tbém. E daí o loop da desgraça.
Uma vez quebrado este loop, pra q se arriscar a entrar nele novamente?
Acho q pra evitar estas tentações do dia a dia, basta lembrar de alguns eventos ou de uma calça de moletom, preta e fubenta. Ela tá lá me esperando. Só posso me afastar dela, um dia de cada vez.

Ofensas anonimas me interessam.
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