
E o gastroplastizado? Cotó de bucho é uma pseudominoria tbém? Dentro deste raciocínio é um caso de dupla infelicidade. Fica numa quarentena pós-cirúrgica, mingua, murcha, alguns até arriscam um passo pra fora do gueto, compram roupas, aparam as carnes. Se sentem melhor, mas no fundo a vontade de comer e se aquecer no colchão de banha eterno ecoa em sua cabeça.
Dentro deste espectro, eu quero me colocar como andarilho, quase como um mendigo na estrada infinita de saída da gordolandia. Eu penso sim na vida antiga, afinal foram 40 anos indo e voltando, vinculados a momentos de felicidade e nostalgia, churrascos de vitória, sorvetes de derrota, coca com sanduba de mortadela na volta da praia. O rango por telefone em dias de preguiça, os restaurantes com trimilique em dias de aumento de salário ou festas com amigos. Festinhas com docinhos infantis, pele de porco com cerveja dos amigos. Azia. To trocando tudo isso por novos hábitos, reconhecendo q esse troço anterior era bom, mas com um preço impagável. O desafio é manter a felicidade a mesa, fora dela, e nela com rangos mais naturais, menos instantaneos.
É até engraçado ser recriminado por pares q deveriam buscar isso tbém. Mas as vezes é mais fácil ter apoio por sair da dieta, do q descolar uma dica nova para se manter nela. Irracional? Normal, talvez aí esteja um traço de minoria na gordolândia. Afinal, toda minoria tem seu código de conduta e sua ética bizarra. No caso do obeso, tá mais fácil justificar fritura a exércicios regulares.
A hora de emagrecer é agora, se manter em dieta é a única meta, q nào pode cair caso ocorra um vacilo aqui ou ali. A dieta q começa segunda é o mito, assuma entào q todo dia é segunda.
Mesmo aos domingos.
2 comentários:
Túlio, como eu me identifiquei com essa sua fala!É claro que vc, com seu jeito extrovertido, sem "papas na língua" de dizer o que pensa, nos leva a refletir bastante sobre a abstinência também.Como podemos e devemos lidar com nossos impulsos ferozes depois de operados? Os desejos sempre existirão, mas podemos e precisamos sublimá-los colocando outros em seus lugares. Não é fácil, mas eu, sinceramente, penso logo naquela calça jeans na qual nunca entrei, bem apertadinha e que qdo coloco fico bem sensual..rsrsr. É isso, talvez seja essa a única possibilidade que temos de conseguir administrar nossos desejos terríveis pela comida: pensando num ganho secundário.
Valeu Túlio por trazer para nós sua reflexão sobre esse tema. Assunto esse que eu, particularmente gosto, estudo e trabalho muito sobre ele.
Beijos da amiga que te gosta muito.
Vanesca Medeiros
Hoje fui pro rodízio...
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