Há um ano atrás eu já tinha consciência de ter de operar, mas como estava muito pesado meu médico tinha muitas restrições qto ao procedimento naquele momento. Eu entrei numa ciclóide crescente de peso, a compulsão como válvula de escape é selvagem e indomável. Procurei ajuda com a endocrinologia e mesmo com sibutramina na mente a fome era monstruosa.
Eu sabia da minha condição, meus exames de sangue apresentavam taxas no limte da normalidade, mas com algumas armadilhas já prontas. Uma delas é o balanço glicose/ insulina. A glicose baixa e a insulina no máximo, supra-renais no limte. Diabetes batendo a porta. Além disso, sudorese e artropatias em joelhos e tornozelos. No entanto, aquilo que mais me incomodava era um efeito Matrix as avessas. Pesado e lento as vezes o mundo parece acelerado a minha volta, juntando isso a dor em joelhos e tornozelos parecia as vezes que eu estava congelando num mundo em evolução.
Apesar disso tudo, acho o nome obesidade mórbida bizarro. Que cazzo é esse? Um gordo expressionista, vestido de preto, com olheiras sob a direção de Murnau num clipe do type O negative? Morbidades e co-Morbidades são as doenças associadas ao estado rotundo de ser. Coração e encanamentos trabalham no limite, muito pesado um gordo fica com a perna boba formiguenta barreando ou assisitindo aulas.
Além disso, pintam uns sonos de intensidade infinita em diferentes horários, as vezes totalmente impróprios. Café com coca-cola amenizam, mas dirigindo em estrada o melhor era parar e molhar o rosto.
Por outro lado, eu sempre mantive (e mantenho) o alto astral, tento reclamar pouco ate mesmo pros profissionais q cuidam da minha saúde, minha auto-estima nunca zerou e trabalho minhas valencias para que isso nunca ocorra.
O estado de morbidez e melancolia nunca me encantaram, até flertei com eles, mas jamais vivi um romance com estas qualidades.
Agora estou caminhando sem dores, equalizado no mundo em termos de velocidade e no caminho de volta a um estado de qualidade de vida superior. Não há tempo para lamentações e para quem se lamenta. Nào há saudades de comidas e as perpectivas de novos alimentos e preparos me estimulam. Além disso, distribuir vontades e desejos para além da mesa é mandatório. Estou escrevendo e trabalhando em projetos pessoais, reativando amizades do passado e na busca de novos horizontes. Um livro, uma boa música, um filme, uma caminhada, roupas antigas voltando a entrar. Um novo caminho de volta pra casa.
Existe muita vida a ser vivida e este papo de tudo por um sanduba não me seduz. Voltar ao normal é o caramba, eu quero mais é descobrir coisas novas.
A operação é um meio,não um fim. Ela foi uma centelha para inverter o eixo da ciclóide que eu estava vivendo, agora é manter as coisas assim a todo custo, seguindo numa crescente de qualidade de vida, sabendo que não faltam obstáculos e dificuldades neste caminho.
Um brinde com água muito gelada!
PS: Aniversário de ídolo - Parabéns Zico!
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