Algumas pessoas insistem em perguntar pq se sobe uma montanha, até o Seinfeld já fez piada com isso e logicamente, foi devidamente traduzido e incorporado no repertório de comédia em pé q graça nos palcos do RJ, a capital mundial da clonagem de besteirol.
Subir uma trilha emagrece, isso me bastaria, mas tem mais, muito mais. Vc sua como um cabrito montês, treina o senso de equilíbrio, ganha força mental, ainda mais qdo fica meio sozinho na trilha, pois tem q tomar decisões a curtíssimo prazo, onde colocar o pé para o próximo passo, acelerar para chegar no pelotão de frente ou reduzir para se juntar ao grupo fecha trilha? Manter o ritmo ou dar uma respirada a mais? Além disso a própria trilha treina a cabeça da gente, as vezes a inclinação aumenta, exigindo mais da caixa, as vezes ela alivia e vc se refaz. Depois de um tempo vc acha q vai acabar logo, mas o bom mesmo é não se importar com isso e subir, manter o foco apenas no próximo passo e na respiraçao no limite do controle. Vc compete e assume suas faltas, exerce suas maldades, qdo olha para alguém q para no meio do caminho. Exerce solidariedade ajudando alguém próximo. Dá polimento no orgulho ao rejeitar a solidariedade alheia. O clichê de q o caminho é paradigma de vida é real.
Subir, ver as coisas do alto, de um ponto de vista diferente. Tomar consciencia do espaço urbano, sacar melhor a cidade, ter noção de onde se está. Qdo se sobe o morro se descobre isso tudo. A Cidade se mostra de uma maneira diferente, vc começa a ver pq as coisas e os fatos se conectam, como as obras se apresentam. Do alto vc aprende um pouco de urbanismo, geografia e lógico educação física, tudo junto e misturado. Acho q todo Prefeito deveria subir o Pico da Tijuca uma vez por ano. Lá tem até escada, de helicóptero o cara ve a cidade em 5 minutos e depois vai pra Paris esquecer dela. O amor por algo q faz a gente suar e perder o folego não tem preço.
A gente sobe o morro pq lá em cima a Cidade é mais bonita, a vista encanta, tem a nostalgia dos filmes mudos, com trilha do Uakti ventania e folhas. A agua desce mais q gostosa, qquer barra de cereal vira iguaria. Ate mesmo os ralados de uma ou outra derrapada são positivas, marcam picos de adrenalina num cérebro imerso na modorra cotidiana. Respirar ar bom, curtir a vista, brincar de fotógrafo ou só contemplar. Mudar de ponto de vista tem seu preço. É muito bom saber q temos cacife para bancá-lo.
Ainda com cliches, vc pode estabelecer metas de curto, medio e longo prazo. Pedras angulares na trajetória q se busca, imaginar uma caminhada na Patagonia ou no Nepal como meta de longo Prazo, Diamantina a médio e a travessia Imperial a curto, por exemplo.
Enfim, muitas são as razões q existem para subir o morro, mas a que interessa mesmo é q lá em cima é bonito pra caramba!

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